sexta-feira


OLHOS E OUVIDOS EM CRIANÇAS

Todos os bebês devem ser submetidos a um exame físico imediatamente após o nascimento para que qualquer defeito óbvio da visão ou audição possa ser detectado.
Quando um bebê tem entre 4 e 6 semanas, sua visão e audição devem ser novamente testadas. Os próprios pais podem avaliar a visão e a audição de seu bebê durante os primeiros meses, utilizando os testes simples descritos a seguir.
Todos os bebês são míopes durante as primeiras semanas de vida. Ao alcançar de 4 a 6 semanas, o bebê poderá sorrir se os pais aproximarem o rosto a cerca de 50 cm da criança.
Aos 3 meses, os pais podem testar sua visão segurando um brinquedo familiar a aproximadamente 20 cm de distância. O bebê deverá ser capaz de acompanhar o movimento do brinquedo
com os olhos.
O recém-nascido também é sensível ao som. Um barulho alto irá assustá-lo e o som de alguém conversando será calmante.
Se uma pessoa amassar uma folha de papel fora da vista de um bebê de 3 meses de idade, a uma distância de cerca de 30 a 45 cm, o bebê com audição normal reagirá ao som piscando ou movimentando os braços como se tivesse levado um susto. Por volta dos 4 meses, o bebê deverá voltar sua cabeça para o local de onde veio o som.
Os pais devem conversar com o médico se acharem que a visão e a audição do bebê estão se desenvolvendo muito lentamente e nunca hesitar em perguntar sobre o progresso da criança.
É sempre melhor fazer perguntas do que correr o risco de ignorar um problema importante. Deve-se consultar um médico ou clínica médica regularmente.
Uma criança aprende sobre o mundo observando, ouvindo e tocando. Assim, mesmo um pequeno problema com os olhos ou ouvidos, se não tratado, pode interferir no seu desenvolvimento.
Portanto, é vital acompanhar o desenvolvimento da visão e da audição do bebê. Ele deve ser levado ao médico ou à clínica para exames de rotina de olhos e ouvidos durante o primeiro ano de vida.
Os pais podem se certificar de que seu bebê está se desenvolvendo normalmente realizando alguns testes simples por contra própria.
Se uma criança tiver estrabismo, coceira nos olhos, secreção ou crostas em torno do ouvido, ou se ela parecer distraída, os pais devem levá-la ao médico.
Muitos problemas de olhos e ouvidos na infância, particularmente o estrabismo e infecções no ouvido, podem ser completamente curados com um diagnóstico e tratamento precoces.
ESTRABISMO
Numa pessoa com estrabismo, o desalinhamento dos músculos oculares faz com que os olhos se voltem para direções diferentes.
Enquanto um dos olhos focaliza aquilo que a pessoa deseja ver, o outro olha para outra direção (geralmente para dentro, mas ocasionalmente para fora ou para cima).
O estrabismo é relativamente comum. Geralmente, o distúrbio surge pela primeira vez na lactância ou no início da infância, quando a visão está se desenvolvendo. Em geral, somente um dos olhos é afetado e o problema pode ser constante ou intermitente.
A maioria das crianças com estrabismo não vê dobrado, pois seu cérebro ignora aquilo que o olho desalinhado enxerga. O olho desalinhado acaba se tornando "preguiçoso".
Por não ser usado, enfraquece e é cada vez menos capaz de distinguir detalhes. Se não for tratado, pode ocorrer ambliopia (visão comprometida no olho desalinhado).
O que Deve ser Feito ?
Se um bebê com menos de 3 meses de idade apresentar olhos ocasionalmente estrábicos, não há necessidade de consultar um médico; a coordenação do olho do bebê ainda está se desenvolvendo.
Em casos de estrabismo ocasional depois dessa idade, é necessário levar a criança a um médico. Ela pode não ter estrabismo.
Muitas crianças têm uma dobra de pele sobre o canto interno de cada olho que cobre parte da íris e que freqüentemente dá a impressão de estrabismo.
Se o médico suspeitar de estrabismo, encaminhará o bebê a um oftalmologista (médico especializado em doenças dos olhos), que poderá realizar exames para descobrir a causa do estrabismo no bebê e recomendar um tratamento.
Qual é o Tratamento ?
Pode ser recomendado o uso de uma venda sobre o olho bom durante várias horas por dia. Isso forçará a criança a usar o olho preguiçoso. Esse tratamento geralmente é eficiente somente antes dos 2 anos de idade, aproximadamente.
Depois disso, o problema de sempre evitar o uso do olho preguiçoso terá se tornado um hábito e a cura será mais difícil.
Lentes também poderão ser prescritas se a criança tiver miopia ou hiperopia (hipermetropia). Na maioria das crianças, o uso combinado da venda e das lentes eliminará o problema em poucos anos.
Se os olhos estiverem fortemente desalinhados, uma cirurgia poderá ser realizada antes de a criança completar 2 anos, tanto para ajudá-la a usar o olho preguiçoso como para melhorar a sua aparência. Na operação, o cirurgião encurta os músculos que movem o globo ocular desalinhado.
Em geral, a criança permanece no hospital apenas por algumas horas. Qualquer que seja o tratamento, ele será acompanhado de exercícios especiais, para fortalecer os músculos oculares. A criança aprende os exercícios sob a supervisão de um oftalmologista.
Quais são as Perspectivas a Longo Prazo ?
A perspectiva de cura é muito boa com um tratamento antes dos 7 anos. Depois dessa idade, a correção do problema ainda é possível, mas há maior risco de cegueira do olho afetado.
OTITE CRÔNICA EM CRIANÇAS
Algumas crianças têm infecções freqüentes do ouvido médio (veja Infecção crônica do ouvido médio), que geralmente ocorrem quando uma infecção do nariz e da garganta (como um resfriado) passa pela trompa de Eustáquio, que vai do nariz até a cavidade do ouvido médio.
Os episódios são mais comuns em crianças do que em adultos, pois as trompas de Eustáquio de uma criança são relativamente curtas e retas, facilitando a passagem dos agentes infecciosos (microrganismos).
Um fluido pegajoso produzido pela infecção pode se acumular gradualmente no ouvido médio. O inchaço e o bloqueio da trompa de Eustáquio impedem que esse fluido seja drenado.
Quais são os Sintomas ?
O principal sintoma da infecção crônica do ouvido médio é uma perda parcial da audição no ouvido afetado. Na maioria dos casos, a criança ainda ouve, mas os sons são abafados ou fracos.
A perda de audição ocorre porque o fluido acumulado impede que o tímpano e os ossos do ouvido médio vibrem livremente. Essas vibrações são essenciais à audição. A criança também pode ter uma sensação de que sua cabeça está "cheia".
Se uma criança não responder quando os pais falam com ela ou se estiver apresentando dificuldade em prestar atenção na escola, é possível que isso seja conseqüência de uma perda parcial da audição, causada, por exemplo, por uma infecção crônica do ouvido médio.
Quais são os Riscos ?
Se a infecção não for detectada e tratada, existe o risco de os ossos do ouvido médio se unirem, impedindo-os de vibrarem — o que é fundamental na condução do som até o ouvido médio. Sem a vibração, é possível ocorrer uma perda permanente da audição no ouvido afetado.
Nas crianças, um problema de audição pode interferir no desenvolvimento da fala, que, por sua vez, pode acabar afetando o desempenho escolar.
O que Deve ser Feito ?
Caso haja suspeita de perda auditiva depois de uma infecção de ouvido, os pais devem levar a criança a um médico, que examinará o ouvido afetado, verificando se há acúmulo de fluido no ouvido médio.
Qual é o Tratamento ?
Nos casos brandos, quando não há muito fluido no ouvido e a perda auditiva é mínima, o médico poderá prescrever um descongestionante ou um anti-histamínico.
Esses medicamentos podem ajudar a reduzir o inchaço da trompa de Eustáquio, o que permitirá que o fluido acumulado desça pela trompa, fluindo até o nariz e a garganta. O fluido poderá, então, ser eliminado quando a criança engolir, tossir ou assoar o nariz.
Nos casos graves, o fluido deve ser drenado, o que geralmente é feito no hospital. Sob anestesia geral, uma agulha bem fina é passada através do tímpano do paciente até o ouvido médio; o fluido é sugado com uma seringa, ou é feita uma pequena incisão no tímpano (miringotomia).
Se a Adenóide de uma criança fica infectada e inchada freqüentemente, bloqueando a entrada para a trompa de Eustáquio, ela poderá ser removida cirurgicamente para ajudar a prevenir o desenvolvimento de novas infecções do ouvido médio.

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